No dia 30 de dezembro de 1976, a tranquilidade do Balneário de Búzios no Rio de Janeiro foi abalada por um crime brutal que chocaria o Brasil e marcaria a história da luta contra a violência de gênero.
Na casa de praia da Pantera de Minas, Ângela Diniz, um relacionamento que começou como um conto de fadas terminou em tragédia. Quatro tiros à queima roupa disparados pelo então namorado Raul Fernando do Amaral Street, o Doca, silenciaram para sempre uma mulher que ousou ser livre em uma sociedade que não perdoava tal audácia.
O palco do crime? A icônica Praia dos Ossos, uma das paisagens mais paradisíacas do país. O argumento da defesa? A controversa legítima defesa da honra que transformou a vítima em ré e o assassino em herói aos olhos do tribunal.
O julgamento expôs o machismo arraigado de uma época, mas também despertou uma onda de protestos feministas que ecoa até hoje.
Afinal, o que levou uma mulher independente e admirada a se tornar vítima de um ciúme possessivo? Como um crime tão brutal pôde ser tratado com tanta condescendência pela justiça? E o mais importante, será que realmente aprendemos com essa história?
Hoje revisitamos o caso Ângela Diniz, um assassinato, um julgamento e um movimento que ainda ressoam como um alerta contra a violência que continua a atingir mulheres em todo o Brasil.